terça-feira, 27 de maio de 2014

LIVROS IMPERDÍVEIS

 
SUICIDAS
Coleção: Série Negra
Autor: Raphael Montes
Editora: Benvirá

Sinopse: Um porão, nove jovens e uma Magnum 608. O que poderia ter levado universitários da elite carioca – aparentemente sem problemas – a participar de uma roleta- russa?
Um ano depois do trágico evento, que terminou de forma violenta e bizarramente misteriosa, uma nova pista, até então mantida em segredo pela polícia, ilumina o nebuloso caso. Sob o comando da delegada Diana Guimarães, as mães desses jovens são reunidas para tentar entender o que realmente aconteceu, e os motivos que levaram seus filhos a cometerem suicídio.
Por meio da leitura das anotações feitas por um dos suicidas durante o fatídico episódio, as mães são submersas no turbilhão de momentos que culminaram na morte de seus filhos. A reunião se dá em clima de tensão absoluta, verdades são ditas sem a falsa piedade das máscaras sociais e, sorrateiramente, algo maior começa a se revelar.

Porquê ler: Essa seria a pergunta que você se faria na metade do livro, isto é, se conseguisse parar de ler para refletir o assunto. Apesar do enredo tenso, pesado, mórbido e muitas vezes violento, Raphael consegue nos prender nessa teia do início ao fim. Ele consegue mexer com a nossa mais visceral e mórbida curiosidade, fazendo com que mesmo sentindo-se muitas vezes com vontade de largar o livro, a gente não consiga e queira saber o que acontece no final.

Destaque: "Tentei desviar o olhar, mas não consegui. Minha própria dose de sadismo me fazia querer ver cada detalhe do ato. Sou curioso. Assim como você, leitor, que percorre com avidez estas linhas, eu queria saber exatamente o que iria acontecer. Por mais macabro que fosse. Por mais louco. E eu não me importo. Não se importe você também. Ninguém está olhando...Ninguém vai nos condenar por estes segundinhos de sordidez..." (p. 273)

Conclusão: Soube de pessoas que não conseguiram terminar o livro, pois acharam forte demais. Se você é do tipo que acha filmes de serial killers  e seriados sobre psicopatas pesados demais, não comece nem a ler. Eu como sou fã "de carteirinha" dos seriados tipo CSI e Criminal Minds, consegui ler numa boa e ADOREI o livro! Não conseguia largar e achei o final muito criativo e surpreendente.



DIAS PERFEITOS
Autor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras

Sinopse: O protagonista do livro é Téo, um jovem e solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e dissecar cadáveres nas aulas de anatomia. Num churrasco a que vai com a mãe contrariado, Téo conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema.  Clarice está escrevendo um road movie de nome “Dias perfeitos”. O texto ainda está cru, mas ela já sabe a história que quer contar: as desventuras de três amigas que viajam de carro pelo país em busca de experiências amorosas. Téo fica viciado em Clarice: quer desvendar aquela menina diferente de todas que conheceu. Começa, então, a se aproximar de forma insistente. Diante das seguidas negativas, opta por uma atitude extrema: desfere um golpe na cabeça dela e, ato contínuo, sequestra a garota. Elabora então um plano para conquistá-la: coloca-a sedada no banco carona de seu carro e inicia uma viagem pelas estradas do Rio de Janeiro - a mesma viagem feita pelas personagens do roteiro de Clarice. Passando por cenários oníricos, entre os quais um chalé em Teresópolis administrado por anões e uma praia deserta e paradisíaca em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita: Téo a obriga a escrever a seu lado e está pronto para sedá-la ou prendê-la à menor tentativa de resistência. Clarice oscila entre momentos de desespero e resignação, nos quais corresponde aos delírios conjugais de seu sequestrador. O efeito é tão mais perturbador quanto maior a naturalidade de Téo. Ele fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas decisões com lógica impecável.

Porquê ler: Dias perfeitos tem clima sombrio e claustrofóbico, personagens em tensão permanente e diálogos afiados. Angustiante e repleto de reviravoltas, o livro é uma história de amor obsessivo e paranoico que consolida Raphael Montes como uma das mais gratas surpresas da literatura brasileira.

Destaque: "O inseto estava surpreso com a liberdade e agora gostava dele. Era assim que funcionava: surpresa e gratidão caminhavam juntos. A borboleta gostava dele agora e ele gostava dela. Sentia-se repleto de coragem e queria continuar desse jeito.
A borboleta se afastou. Voou numa altura que Téo não conseguia alcançar. Ele esperou que ela se aproximasse, mas a borboleta era ingrata: zanzava, batia asas, fugia dele. Téo esperou até que ela pousasse numa mesa vizinha. Esmagou-a com o punho cerrado."
(p.142)

Conclusão: A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante - e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, digno dos melhores thrillers da atualidade. Assim como em Suicidas, Raphael Montes conseguiu criar uma atmosfera sinistra e perturbadora, e o mais interessante é perceber, que apesar de todas as barbaridades praticadas pelo personagem principal do livro, e mesmo tendo ele todas as características de um psicopata, a gente se pega às vezes torcendo por ele e querendo que ele se dê bem no final.




Foto Camila Maia
FENÔMENO LITERÁRIO
Nascido no Rio de Janeiro em 1990, morador de Copacabana, Raphael Montes vem despontando no universo literário, como a grande promessa da literatura policial brasileira. Raphael começou a escrever aos 12 anos, depois de entrar em contato com a obra de Conan Doyle. Hoje advogado e escritor, Raphael publicou contos em diversas antologias de mistério, inclusive na Playboy e na prestigiada revista americana Ellery Queen Mystery Magazine. Suicidas foi o primeiro romance do autor, nascido de um projeto de mesclar subgêneros clássicos do policial em uma roupagem moderna. Amante e pesquisador do tema, Raphael é dono de uma biblioteca com mais de 5.000 livros do gênero e autor de variados estudos, tendo uma coluna semanal sobre literatura policial no Jornal do Brasil. Sua pouca idade e a escrita tensa e instigante chamaram a atenção do mercado literário brasileiro: Suicidas (ed. Benvirá) foi finalista do Prêmio Benvirá de Literatura 2010, do Prêmio Machado de Assis 2012 da Biblioteca Nacional e do prestigiado Prêmio São Paulo de Literatura 2013.
Sucesso de crítica e bem recebido pelos leitores, o autor foi convidado a publicar em inglês, em uma antologia policial organizada por Clifford Landers, ao lado de nomes como Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles e Patrícia Melo.
Raphael conta que o novo livro, Dias Perfeitos, nasceu a pedido da mãe.
"Ela queria que eu escrevesse uma história romântica. E é uma história de amor. Mas de um amor obsessivo " brinca o autor.
Confira entrevista sobre Dias Perfeitos para a Saraiva Conteúdo:
http://youtu.be/FkzyZ729C0M

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http://www.raphaelmontes.com.br/

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