A Deusa Cega
Editora: FundamentoEdição no Brasil - 2013
Sinopse
O corpo desfigurado de um traficante de drogas. Um homem
coberto de sangue vagando pelas ruas da capital da Noruega. E um advogado
criminal de fama obscura assassinado com um tiro.
Três eventos aparentemente isolados instigam o faro apurado de uma investigadora sagaz e irônica, que junto com seu colega mergulha em um caso com poucas pistas e muitas perguntas sem respostas.
Em meio a boatos envolvendo advogados e o tráfico de drogas, mensagens codificadas e uma enorme rede de corrupção que pode chegar aos altos escalões do governo, a autora Anne Holt descreve uma teia de crimes e batalhas políticas na qual somente a deusa da Justiça pode se dar ao luxo de ter os olhos vendados.
Três eventos aparentemente isolados instigam o faro apurado de uma investigadora sagaz e irônica, que junto com seu colega mergulha em um caso com poucas pistas e muitas perguntas sem respostas.
Em meio a boatos envolvendo advogados e o tráfico de drogas, mensagens codificadas e uma enorme rede de corrupção que pode chegar aos altos escalões do governo, a autora Anne Holt descreve uma teia de crimes e batalhas políticas na qual somente a deusa da Justiça pode se dar ao luxo de ter os olhos vendados.
Opinião
Quando a advogada Karen Borg encontrou o corpo de um homem
com o rosto destruído ela nem imaginava que terminaria a semana como advogada
do assassino. O assassino foi preso pela polícia depois de sentar no meio da
rua todo ensanguentado e o assistente da promotoria, amigo de faculdade de
Karen, Håkon Sand acabou falando demais na presença do suspeito. O rapaz, um
holandês de 23 anos está mortalmente assustado e se recusa a falar com a
polícia. O único pedido foi para que Karen atuasse como sua advogada. A
detetive Hanne Wilhelmsen não gostou nada da ideia, mas precisava de alguma
pista e essa era a melhor chance do rapaz começar a falar. Karen sente pena do
rapaz a despeito do terrível crime que cometeu. Mesmo com medo ele dá pistas
para Karen sobre o que acontecera. Enquanto isso, Hanne, seguindo pequenos
indícios começa a desconfiar de que o caso está relacionado com o assassinato
de um advogado criminal semanas atrás. O advogado era famoso por seus clientes,
criminosos frios e violentos, e o boato é que ele estava envolvido com o
tráfico de drogas. Quando Hanne é atacada dentro da central da polícia, suas
anotações somem e o holandês surta dentro da cela, Håkon sabe que quem quer que
esteja por trás dos crimes está disposto a tudo para não ser descoberto. Quando
o nome de diversos advogados famosos começam a surgir, Hanne e Håkon sabem que
se não agirem rápido perderão a chance de resolver o caso, e Karen se vê como a
única ponta na investigação, correndo risco de ser caçada pelos criminosos por
coisas que ela nem sabe. Perguntas se acumularão e os três nem imaginam que
estão envolvidos no maior caso que o pais já viu nos últimos anos.
O livro é o primeiro da série de livros de investigação com a inspetora Hanne Wilhelmsen como protagonista. O fato da história se passar na Noruega é muito interessante pois, diferentemente da maioria das outras histórias policiais, sempre ambientadas nos EUA ou em países europeus conhecidos, faz com que essa experiência nos abra um horizonte totalmente novo, nos proporcionando a chance de conhecer um pouco dos lugares, nomes e características culturais desse país escandinavo.
A trama em si é bem amarrada, narrada na terceira pessoa, e seus personagens são bem construídos, com características de uma investigação "à moda antiga", já que o livro foi lançado na Noruega em 1993. Talvez muitos leitores mais jovens, vão sentir falta do uso de recursos tecnológicos na história, como computadores com internet e celulares, que na época ainda não eram utilizados pela maioria, ou ainda nem sequer existiam.
Como ponto "um pouco" negativo achei, além do nome complicado dos envolvidos na trama, o que deve ser normal para os escandinavos, mas nem tanto para nós brasileiros, o fato da história ser narrada em terceira pessoa, e de que o foco principal mude em alguns trechos de um personagem para outro. Isso confunde a leitura no início e me fez retornar e reler alguns trechos, mas depois acabei me acostumando com os nomes difíceis e com a estratégia narrativa. A partir daí a leitura fluiu mais naturalmente e a história ficou mais interessante, prendendo mais a minha atenção. O desfecho é dinâmico e surpreendente, digno dos melhores trillers policiais, onde não é possível largar o livro até a última página.
O tom de Anne Holt é perspicaz e equilibra bem o cenário sempre enriquecendo a trama. A edição da Fundamento está ótima, fonte agradável, tradução fluída e capa bem escolhida.
Achei bem interessante o fato de a investigadora ser uma mulher e, ainda, homossexual. Isso traz diversidade a uma trama que foi escrita mais de vinte anos atrás, quando esse assunto ainda não era natural, como é nos dias de hoje. Ponto para a autora.
O livro é o primeiro da série de livros de investigação com a inspetora Hanne Wilhelmsen como protagonista. O fato da história se passar na Noruega é muito interessante pois, diferentemente da maioria das outras histórias policiais, sempre ambientadas nos EUA ou em países europeus conhecidos, faz com que essa experiência nos abra um horizonte totalmente novo, nos proporcionando a chance de conhecer um pouco dos lugares, nomes e características culturais desse país escandinavo.
A trama em si é bem amarrada, narrada na terceira pessoa, e seus personagens são bem construídos, com características de uma investigação "à moda antiga", já que o livro foi lançado na Noruega em 1993. Talvez muitos leitores mais jovens, vão sentir falta do uso de recursos tecnológicos na história, como computadores com internet e celulares, que na época ainda não eram utilizados pela maioria, ou ainda nem sequer existiam.
Como ponto "um pouco" negativo achei, além do nome complicado dos envolvidos na trama, o que deve ser normal para os escandinavos, mas nem tanto para nós brasileiros, o fato da história ser narrada em terceira pessoa, e de que o foco principal mude em alguns trechos de um personagem para outro. Isso confunde a leitura no início e me fez retornar e reler alguns trechos, mas depois acabei me acostumando com os nomes difíceis e com a estratégia narrativa. A partir daí a leitura fluiu mais naturalmente e a história ficou mais interessante, prendendo mais a minha atenção. O desfecho é dinâmico e surpreendente, digno dos melhores trillers policiais, onde não é possível largar o livro até a última página.
O tom de Anne Holt é perspicaz e equilibra bem o cenário sempre enriquecendo a trama. A edição da Fundamento está ótima, fonte agradável, tradução fluída e capa bem escolhida.
Achei bem interessante o fato de a investigadora ser uma mulher e, ainda, homossexual. Isso traz diversidade a uma trama que foi escrita mais de vinte anos atrás, quando esse assunto ainda não era natural, como é nos dias de hoje. Ponto para a autora.
Sinopse
A 1222 metros de altitude, um acidente de trem. Uma
impiedosa nevasca. Um hotel centenário. E um assassinato! Uma ex-policial, tão
astuta e brilhante quanto sarcástica e antissocial, é a única pessoa capaz de
solucionar o mistério da morte de um dos 269 passageiros de um trem
descarrilado. Isolados do resto do mundo por causa da neve, uma atmosfera de
medo, hostilidade e desconfiança instala-se no hotel onde eles se refugiaram.
Mas a ex-policial Hanne não quer se envolver. Ela sabe que a verdade cobra um
preço muito alto. Ao longo dos anos, sua busca por justiça lhe custou sua
carreira na polícia de Oslo e a própria mobilidade. No entanto, encurralada por
um assassino e pela pior nevasca da história, Hanne - e os outros passageiros -
não tem saída. Em uma situação extrema, as máscaras logo caem... E, nesse
grupo, muitas pessoas não são o que parecem. Aliando sua capacidade de dedução
a seu instinto, ela mergulha em um enigma difícil e surpreendente.
Opinião
Infelizmente somente o primeiro livro da série Hanne
Wilhelmsen - A Deusa Cega - e o último, - 1222 - foram publicados no
Brasil, o que faz com que o leitor, que os lê em sequência, sinta uma espécie
de vácuo na história, como um salto no tempo, onde não se sabe o que acontece
com a personagem principal nesse interin. As editoras costumam publicar livros
policiais como se fossem histórias independentes o que não é o caso deste.
A autora parte do princípio de que o leitor já conhece a protagonista, pois fornece poucas informações a seu respeito.
Em 1222 encontramos uma Hanne diferente. É aí que entra aquele vácuo que mencionei anteriormente. Ela está muito mais ácida… amarga, antissocial e rude, e existe um razão para isso. Apesar de sermos informados das causas – ela foi ferida no exercício da função e ficou paraplégica – o leitor desconhece os detalhes e a evolução desse estado de espírito. A autora cita seu trabalho na polícia, como ficou paraplégica, a existência de uma companheira e de uma filha. Mas as informações são vagas.
Bem ao estilo clássico de um verdadeiro romance de Agatha Christie, a história é construída no estilo “quarto trancado”, onde os participantes da trama estão todos confinados no mesmo ambiente e nenhum intruso poderia ter entrado na cena do crime. O clima gélido e o cenário monocromático são parte integrante da história. A autora faz um relato extenso sobre as intempéries climáticas e o comportamento dos hóspedes, o que tornou a leitura um tanto monótona no começo, mas foi mudando conforme a historia fluía.
A principal característica desse tipo de enredo, digamos assim, mais clássico, é que o responsável pela investigação possui apenas as pistas deixadas no local, suas observações em relação aos possíveis suspeitos e seu poder de dedução. Por outro lado, os recursos investigativos limitados, incluindo aí a falta de mobilidade da própria personagem, diminuem as possibilidades de reviravoltas e ação. O ritmo mais lento é característico do estilo, pois a solução do caso será através do olhar atento do investigador, do raciocínio e argumentação.
O desfecho lembra muito também uma história de Ágatha Christie, o caso foi solucionado através de deduções, do confronto de declarações contraditórias e uma clássica acareação final entre os suspeitos.
Acredito que talvez tenha sido mesmo intenção da autora, utilizando-se desse estilo clássico de desvendar um crime, prestar uma homenagem à Rainha do Crime.
A autora parte do princípio de que o leitor já conhece a protagonista, pois fornece poucas informações a seu respeito.
Em 1222 encontramos uma Hanne diferente. É aí que entra aquele vácuo que mencionei anteriormente. Ela está muito mais ácida… amarga, antissocial e rude, e existe um razão para isso. Apesar de sermos informados das causas – ela foi ferida no exercício da função e ficou paraplégica – o leitor desconhece os detalhes e a evolução desse estado de espírito. A autora cita seu trabalho na polícia, como ficou paraplégica, a existência de uma companheira e de uma filha. Mas as informações são vagas.
Bem ao estilo clássico de um verdadeiro romance de Agatha Christie, a história é construída no estilo “quarto trancado”, onde os participantes da trama estão todos confinados no mesmo ambiente e nenhum intruso poderia ter entrado na cena do crime. O clima gélido e o cenário monocromático são parte integrante da história. A autora faz um relato extenso sobre as intempéries climáticas e o comportamento dos hóspedes, o que tornou a leitura um tanto monótona no começo, mas foi mudando conforme a historia fluía.
A principal característica desse tipo de enredo, digamos assim, mais clássico, é que o responsável pela investigação possui apenas as pistas deixadas no local, suas observações em relação aos possíveis suspeitos e seu poder de dedução. Por outro lado, os recursos investigativos limitados, incluindo aí a falta de mobilidade da própria personagem, diminuem as possibilidades de reviravoltas e ação. O ritmo mais lento é característico do estilo, pois a solução do caso será através do olhar atento do investigador, do raciocínio e argumentação.
O desfecho lembra muito também uma história de Ágatha Christie, o caso foi solucionado através de deduções, do confronto de declarações contraditórias e uma clássica acareação final entre os suspeitos.
Acredito que talvez tenha sido mesmo intenção da autora, utilizando-se desse estilo clássico de desvendar um crime, prestar uma homenagem à Rainha do Crime.
Sobre a autora
Anne Holt (Larvik, Noruega, 1958) é uma das escritoras de suspense policial mais apreciadas e de maior êxito em toda a Escandinávia, com mais de 6 milhões de exemplares vendidos.
Formada em Direito pela Universidade de Bergen, já foi jornalista, advogada,
delegada de polícia e até Ministra da justiça da Noruega.
Em 1993 publicou "A Deusa Cega", seu romance de estreia tendo a detetive Hanne Wilhelmsen como protagonista, e em 1994 com a continuação "Bem-aventurados os sedentos", ganhou o Prêmio Riverton, importante prêmio da literatura policial Norueguesa. Seus primeiros dois livros foram adaptados para o cinema norueguês e para uma série de televisão. Com seu terceiro livro da série Hanne Wilhelmsen , "A morte do demônio" (1995), Holt voltou a ganha os aplausos da crítica e conseguiu o prêmio literário mais prestigiado da Noruega, o Prêmio dos Livreiros. A série teve ainda mais dois livros "No Focinho do Leão"(1997) e "1222"(2007).
Em 2001 com seu livro "Castigo", Holt apresentou a dupla de detetives Inger Johanne Vik e Yngvar Stubø, protagonistas de sua nova serie e em 2004, com "Crepúsculo em Oslo", teve o maior êxito comercial e de crítica na Noruega seu livro tornou-se o romance mais vendido no país.
Atualmente Anne Holt vive em Oslo com sua esposa e filha.
#anneholt #fundamento #adeusacega #1222 #policial #suspense
Em 1993 publicou "A Deusa Cega", seu romance de estreia tendo a detetive Hanne Wilhelmsen como protagonista, e em 1994 com a continuação "Bem-aventurados os sedentos", ganhou o Prêmio Riverton, importante prêmio da literatura policial Norueguesa. Seus primeiros dois livros foram adaptados para o cinema norueguês e para uma série de televisão. Com seu terceiro livro da série Hanne Wilhelmsen , "A morte do demônio" (1995), Holt voltou a ganha os aplausos da crítica e conseguiu o prêmio literário mais prestigiado da Noruega, o Prêmio dos Livreiros. A série teve ainda mais dois livros "No Focinho do Leão"(1997) e "1222"(2007).
Em 2001 com seu livro "Castigo", Holt apresentou a dupla de detetives Inger Johanne Vik e Yngvar Stubø, protagonistas de sua nova serie e em 2004, com "Crepúsculo em Oslo", teve o maior êxito comercial e de crítica na Noruega seu livro tornou-se o romance mais vendido no país.
Atualmente Anne Holt vive em Oslo com sua esposa e filha.
#anneholt #fundamento #adeusacega #1222 #policial #suspense