quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

VENCEDOR DO PRÊMIO PULITZER 2015

Uma história sobre a força e a fragilidade humanas

TODA LUZ QUE NÃO PODEMOS VER

Autor: Anthony Doerr
Editora: Intrínseca

Sinopse:


Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu.
Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.
Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em Toda luz que não podemos ver, um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.

Opinião:


Tema recorrente em literatura, a Segunda Guerra Mundial, parece ser uma fonte inesgotável de informação e criatividade para muitos escritores.
Toda luz que não podemos ver é a história de dois jovens que vivem nessa época tão conturbada da nossa história. Em narrativas paralelas, o romance nos apresenta Marie-Laure , menina francesa que perde a visão e vive em Paris sob a proteção do pai, chaveiro do Museu de História Natural, e Werner, menino alemão, que vive com a irmãzinha Jutta, em um orfanato no interior da Alemanha.
Com uma inteligência acima da média, o autodidata Werner se torna um apaixonado por transmissões de rádio e aprende sozinho a consertar, ouvir, fazer cálculos e identificar emissores. Isso desperta a atenção do exercito alemão, e ele é enviado para uma das mais tradicionais escolas da juventude nazista.
Com a guerra, o pai de Marie-Laure se torna o guardião de um dos maiores tesouros da França, um diamante mítico ao qual se atribui poderes de cura e também uma terrível maldição. Quando Paris é ocupada pelos nazistas, pai e filha fogem pelo país, e se refugiam na cidade de Saint-Malo, onde o tio avô de Marie-Laure, dono de uma considerável coleção de rádios, vive em uma enorme casa a beira-mar.
Essas duas linhas desconexas, as vidas de Marie-Laure e Werner em países e situações tão diferentes, parecem caminhar para um encontro inevitável.
A estrutura linear fracionada que, de tempos em tempos, volta a um ponto preestabelecido, com recortes da época em capítulos curtos e com uma quantidade limitada de personagens, parece confusa a princípio, mas mostra toda a habilidade do autor em compor uma história envolvente.
Existe uma intencional interrupção constante da linha narrativa de cada protagonista, para dar lugar ao outro, o que ajuda a manter a expectativa do leitor, e explica o sucesso de um livro com mais de 500 páginas. É um livro em que cada página obriga a virar a próxima, o que os americanos chamam de "page turner". Ao final de 2014 o livro já tinha vendido quase 1 milhão de cópias, tendo sido o vencedor do prêmio Pulitzer em 2015.
Mais do que uma história sobre a segunda guerra, Toda luz que não podemos ver é uma história a respeito da bondade e da fragilidade humana e a inesgotável fonte de esperança do ser humano. Sobre como os mais fortes nem sempre são os mais ágeis e poderosos. É acima de tudo, um romance sobre pessoas reais fazendo o possível e o impossível para sobreviver ás más influencias e ao verdadeiro terror de uma guerra. É impossível não se emocionar com inúmeras passagens e não refletir sobre a vida a cada vez que fechamos o livro.

O autor:


Anthony Doerr começou a escrever aos 8 anos. Quando era criança e adolescente em Cleveland, brincava com a máquina de escrever de sua mãe, escrevendo histórias sobre suas brincadeiras com Lego e Playmobil.
Estudou história no Bowdoin College e fez trabalhos avulsos para se sustentar enquanto escrevia, foi cozinheiro no Colorado e chegou a trabalhar em uma fazenda de ovelhas na Nova Zelândia.
Ele fez mestrado em ficção na universidade Bowling Green State, em Ohio, onde escreveu alguns dos textos que apareceriam em seu primeiro livro de contos, The Shell Collector (2002).
Durante os dez anos que passou pesquisando e escrevendo Toda luz que não podemos ver, ele se sustentou ensinando redação na universidade Boise State e escrevendo para revistas de turismo e ciências.
Anthony Doerr foi finalista do National Book Awards em 2014 com Toda luz que não podemos ver, seu segundo romance publicado. Best-seller do The New York Times, o livro foi eleito um dos melhores do ano por veículos como The Guardian, Entertainment Weekly e Kirkus Reviews.
Atualmente mora em Boise, Idaho, com a esposa Shauna Eastman e seus dois filhos gêmeos.

#todaluzquenaopodemosver #anthonydoerr #intrinseca #pulitzer2015